O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), confirmou em despacho divulgado nesta quinta-feira (13) que a Polícia Federal conduz uma investigação sigilosa sobre a possível participação de uma autoridade com foro privilegiado no esquema analisado pela Operação Sisamnes, que apura suspeitas de venda de decisões no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A declaração marca uma mudança relevante, já que até então Zanin afirmava que não havia ministros do STJ sob investigação.
A manifestação ocorreu após defesas de investigados pedirem que o caso fosse remetido à primeira instância, alegando ausência de autoridades com prerrogativa de foro. Ao rejeitar o pedido, Zanin afirmou que existe um procedimento específico para apurar esse possível envolvimento.
“A investigação apura, em procedimento próprio, a potencial participação de autoridade com prerrogativa de foro neste Supremo Tribunal Federal”, registrou o ministro.
Relatórios já entregues pela Polícia Federal mencionam indícios que envolvem familiares de ministros do STJ, como conversas entre a advogada Catarina Buzzi, filha do ministro Marco Buzzi, e o advogado Roberto Zampieri, além de registros de pagamentos à advogada Anna Carolina Noronha, filha do ministro João Otávio de Noronha. Zanin, porém, não especificou se esses fatos estão ligados à apuração sigilosa ou se existem outros elementos em análise.
Nos bastidores, o tema gera crescente tensão no STJ. Ministros demonstram incômodo com a falta de acesso às informações e com o avanço de uma investigação que atinge o núcleo do Judiciário. A PF segue com diligências paralelas para identificar eventual interferência indevida em decisões judiciais.



























