O montante deixado pelos ladrões nos escombros da agência bancária do Itaú assaltada na cidade de Katueté chega a quase 480 mil dólares, segundo o último levantamento realizado pelas autoridades. Já o valor levado pelos assaltantes chega a quase um milhão. O ataque aconteceu na madrugada de quinta-feira (30), no Departamento de Canindeyú, a 70 quilômetros de Mundo Novo (MS).
Segundo as investigações da Polícia Nacional, os assaltantes, um grupo de aproximadamente 20 homens armados e com roupas camufladas, usaram explosivos de alta potência e equipamentos de tecnologia avançada para levar mais de 900 mil dólares da agência bancária brasileira.
Segundo Cleider Velázquez, procuradora encarregada de investigar o caso, os criminosos também teriam usado um drone para monitorar a área e ter controle total dos movimentos nos arredores.
“Os ladrões entraram com bombas e destruíram toda a estrutura do banco, esvaziando o cofre, mas não os caixas. Estamos aguardando a gerente, que foi conferir o último balanço que fez, para verificar o valor final”, comentou a promotora Velázquez, em contato com a rádio 730 AM.
Além do drone, os criminosos teriam utilizado pistolas de calibre 5.56 e dinamites em gel. A força da explosão destruiu parte do prédio e também danificou caixas eletrônicos.
Durante a fuga, os assaltantes abandonaram uma caminhonete Toyota Hilux, que havia sido roubada semanas antes, em Yatytay, no departamento de Itapúa. No veículo, as autoridades encontraram explosivos de uso militar, semelhantes ao C4, utilizado em operações de guerra.
Os primeiros indícios apontam que o grupo seria formado por paraguaios e brasileiros. Uma testemunha apontou que o líder do bando falava português, reforçando a suspeita de envolvimento de criminosos de fronteira.
Além disso, segundo a Polícia Nacional, ainda há o dinheiro que permaneceu nos três caixas eletrônicos que não foram danificados na explosão da agência bancária. O valor total ainda não foi contabilizado.
Espera-se que nas próximas horas o Itaú revele a quantia de dinheiro contida nesses dispositivos, que foram transferidos sob forte esquema de segurança para Ciudad del Este, na fronteira com o Paraná.
Uma das teorias da polícia é que os criminosos calcularam mal a quantidade de explosivos, o que os teria impedido de levar uma carga ainda maior.
Explosivos de fabricação brasileira
A Dimabel (Direção de Material de Guerra) do Paraguai intensificou os esforços para rastrear os explosivos do tipo ‘banana’ utilizados no ousado assalto. O General Servín, chefe militar, revelou que os materiais explosivos são de fabricação brasileira e foram importados legalmente para o Paraguai em maio deste ano, sendo destinados ao uso em pedreiras.
Servín confirmou à rádio Monumental 1080 AM que 15 empresas adquiriram esses materiais. A Dimabel está concentrando a verificação nessas companhias, especialmente aquelas localizadas nas proximidades da área do crime.
Os explosivos industriais são restritos a atividades de mineração, e seu manuseio é permitido apenas a especialistas treinados pela Dimabel. Atualmente, a instituição conta com 185 pessoas ativas certificadas.
O General explicou que um especialista certificado só pode trabalhar para a empresa à qual está afiliado, não podendo atuar para múltiplas companhias. A investigação não descarta a possibilidade de que um perito autorizado tenha desviado parte do lote para o mercado negro.
O militar detalhou que o método utilizado para abrir o cofre foi sofisticado, envolvendo a fabricação de uma cápsula metálica. “Eles realmente entendiam muito bem disso. Usaram cerca de 15 cargas”, observou o diretor, pontuando que mesmo assim houve falhas por parte dos assaltantes.


















