O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Max Russi (PSB), ironizou a ausência do secretário de Fazenda, Rogério Gallo, na audiência pública que discutiu o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026, realizada nesta quarta-feira (5). Segundo o parlamentar, o titular da Sefaz “faltou porque é difícil explicar o orçamento”.
A audiência, conduzida pelo deputado Eduardo Botelho (União Brasil), teve como pauta a proposta orçamentária enviada pelo governo Mauro Mendes (União), que estima receitas e despesas de R$ 40,7 bilhões para o próximo ano. No entanto, parlamentares questionaram os números apresentados, principalmente os destinados à área da Saúde, que, segundo cálculos da própria Assembleia, estão R$ 1,3 bilhão abaixo do valor efetivamente gasto em 2025.
“É difícil explicar o orçamento”, dispara Russi
Em tom de crítica, Max Russi afirmou que o secretário Rogério Gallo deveria ter comparecido pessoalmente para justificar as escolhas orçamentárias e responder aos questionamentos dos deputados.
“É difícil… talvez ele não veio porque é difícil explicar. Talvez o Botelho esteja querendo alguma explicação mais firme do próprio secretário no sentido de mostrar por que a peça orçamentária é construída dessa forma. Nada melhor do que o secretário falar como eles conceberam isso, qual a estratégia, de onde vêm os valores e por que, por exemplo, a Saúde já começa com R$ 1,3 bilhão a menos do que vai gastar em 2025”, declarou o presidente da ALMT.
Cobrança por transparência e presença
Russi ressaltou que o secretário de Fazenda tem obrigação institucional de participar das audiências públicas que discutem o orçamento do Estado. Para o deputado, a ausência de Gallo prejudica o debate e demonstra falta de comprometimento com a transparência.
“Esperamos que na segunda audiência, se o secretário não vier, a comissão não realize a audiência. Acho que ele tem a obrigação, como secretário, de estar presente. Eu, no lugar do Botelho, até porque ele fez essa convocação e queria muito a presença dele aqui, sinceramente, teria até adiado a audiência”, afirmou.
Saúde é o principal ponto de discordância
A redução no orçamento da Saúde foi o tema mais criticado pelos parlamentares durante a audiência. Segundo cálculos apresentados pela Comissão de Fiscalização e Acompanhamento da Execução Orçamentária, o valor proposto pelo governo é R$ 1,3 bilhão inferior ao necessário para manter os serviços nos níveis atuais.
Além disso, outros deputados apontaram que o PLOA 2026 não reflete o crescimento da arrecadação estadual e que o governo estaria subestimando gastos em áreas essenciais, o que pode gerar futuros remanejamentos e créditos suplementares.
Próximos passos
A proposta orçamentária ainda será analisada em novas audiências públicas e votada até o fim do ano pela Assembleia Legislativa. Os parlamentares pretendem convocar novamente Rogério Gallo para prestar esclarecimentos e detalhar os critérios utilizados na elaboração do orçamento.
Enquanto isso, o embate político entre a Assembleia e o governo tende a se intensificar, com críticas sobre a falta de diálogo e a transparência dos números oficiais.


















