O empresário Lincon Castro da Silva, procurado pela Polícia Federal na Operação Extractus II, já foi homenageado pela Câmara Municipal de Cuiabá em 2017, quando recebeu o título de cidadão cuiabano. A indicação partiu do então suplente de vereador Júlio da Power, que ocupava a cadeira temporariamente.
De acordo com a PF, Lincon é apontado como peça-chave em um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico de drogas. A Justiça decretou sua prisão preventiva e determinou o sequestro de um Porsche prata em um condomínio de luxo, para garantir futuro ressarcimento aos cofres públicos.
O empresário aparece como sócio ou dono de pelo menos nove empresas, entre elas a rede Precito – O Atacado da Cerveja, que se apresenta nas redes sociais como presente em Cuiabá e em outros cinco estados, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
Ele também consta como sócio-administrador da Disbepontes Comércio de Bebidas Ltda e da Fera Distribuidora e Logística, ambas em Pontes e Lacerda, além da Workforce Solutions Ltda, registrada em Mirassol D’Oeste.
Na primeira fase da operação, a PF revelou que traficantes de diferentes regiões do Brasil transferiam valores milionários para intermediários já presos. Na ocasião, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, seis de busca e apreensão, além do bloqueio de bens estimados em R$ 15 milhões.
Segundo os investigadores, as distribuidoras recebiam os recursos sob a justificativa de compras em grande escala, mas as transações não tinham notas fiscais, comprovantes de entrega ou até mesmo empresas reais como destinatárias.
Com a segunda fase, a Polícia Federal reforçou as provas de fraude e confirmou que Lincon exercia papel estratégico no esquema. A operação faz parte da estratégia de descapitalizar lideranças do crime organizado e enfraquecer o poder financeiro das quadrilhas.


















