O Operação Chapéu de Palha, deflagrada pela Polícia Federal nesta quarta-feira (9), investiga um suposto esquema envolvendo três construtoras por fraude em licitações e pagamento de propina a agentes públicos.
São elas: Construtora Pirâmide (Paulo Rocha dos Santos Eirelli), Construtora Rocha - Ivaldo Rocha de Freitas & Cia Ltda. e Up Projetos e Construções Ltda. Todas atuam na região Sul do Estado.
As empreiteiras foram alvo da operação, deflagrada na manhã desta quarta-feira (9) por determinação do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Os investigadores suspeitam que o deputado estadual Ondanir Bortolini, o Nininho e seu irmão, Humberto Bortolini, prefeito de Itiquira, ambos do PSD, estariam por trás das "ações ilícitas" cometidas pela Construtora Pirâmide e o grupo familiar de um dos investigados.
A construtora e o grupo familiar de Marcos Antônio Souza Fonseca seriam, conforme as investigações, operadores financeiros do esquemas.

Há indícios, os quais necessitam de confirmações, que as ações ilícitas realizadas pela Construtora Pirâmide e o grupo familiar de Marcos Antonio de Souza são conduzidas pelos irmãos Bortolini
Segundo inquérito do Ministério Público Federal, as construtoras fraudavam licitações em diversos municípios do Sul mato-grossense.
"As empresas se revezam para vencer as licitações e distribuírem vantagens indevidas para agentes e servidores públicos. As vantagens indevidas são distribuídas para todos os níveis de servidores públicos. Desde o que detém poder decisório acerca do destino da verba pública aplicada, passando pelo responsável pela condução do processo licitatório até o fiscal da obra executada", consta em trecho da denúncia.
Participação da família Bortolini
A investigação se refere a Nininho e Humberto, o "Betão", como os "irmãos Bortolini". E traça uma relação deles com as empresas alvos da ação.
"[...] A empresa Pirâmide (Paulo Rocha dos Santos Eireli) juntamente com o grupo familiar de Marcos Antônio Souza Fonseca funcionam como operadores financeiros da organização criminosa, distribuindo dinheiro para agentes políticos e outras empresas que celebram contrato com órgãos da administração pública".
"Há indícios, os quais necessitam de confirmações, que as ações ilícitas realizadas pela Construtora Pirâmide e o grupo familiar de Marcos Antonio de Souza são conduzidas pelos irmãos Bortolini", constar em trecho.
“Show midiático”
O defesa de Nininho, patrocinada pelo advogado José Carlos Guimarães Junior, afirmou que o deputado, bem como os membros da sua família, não tem qualquer relação com as construtoras.
Segundo ele, a operação é um “show midiático” para denigrir a imagem do parlamentar.
"Ele não tem envolvimento nenhum. É mais fácil denegrir a imagem do deputado do que pedir informações. Não existe qualquer ordem de prisão. Nem pedido para que ele preste depoimento, mas o dia em que for intimado, ele irá depor. A gente fica indignado porque não pedem informações primeiro e fazem show midiático", disse Guimarães Júnior.
A operação
A Operação Chapéu de Palha foi deflagrada por ordem do Tribunal Regional Federal 1ª região e investiga fraudes à licitação e pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos.
Cerca de 30 equipes policiais estão nas ruas de Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Sinop, Alto Taquari, Itiquira, Juscimeira, Jaciara, São Pedro da Cipa, Dom Aquino, Alta Floresta e Votuporanga (SP) cumprindo 39 mandados de busca e apreensão.
Além dos irmãos, também foram alvos dos mandados judiciais o deputado Dilmar Dal'Bosco (DEM) e os suplentes de deputado, Romoaldo Júnior (MDB) e ex-parlamentar Mauro Savi (DEM).
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